Com o lançamento da segunda fase de sua publicação no mês de janeiro de 2000, PENSAMINTO marcou presença no cenário da imprensa alternativa cultural através da reunião de poetas e escritores do Brasil e de várias partes do mundo.
Na capa da edição 10 (o primeiro número da segunda fase), a ilustração com as nove capas da publicação em sua fase inicial marca a mudança do formato, de folheto para revista.
Vale ressaltar, nesta edição, o enfoque dado à poeta pernambucana Tereza Thenório, na página "Um poeta no caminho", transcrita a seguir:
TEREZA THENÓRIO
Por Idalina de Carvalho
O silêncio se faz presente na obra de Tereza Thenório, como gerador da beleza de seus poemas. É sempre de dentro que vê o mundo que a cerca, "sem palavras ou gestos terminais", mulher que "despe solitária os gestos de amor sobejo", "dissolvendo o silêncio" com a "solidão concreta a acionar os portões eletrônico de Wall Street".
Tereza está entre as melhores do nosso tempo. Nascida em Recife, Pernambuco, é mestra em Letras e tem formação ainda em Direito e Belas Artes.
Seus livros: Parábola (1970), O círculo e a pirâmide (1976), Mandala (1980), Noturno selvagm (1981), Poemaceso (1985), Corpo da Terra (1994).
(Atenção: As informações acima referem-se às atividades da autora até o ano de 2000, ano da publicação da revista "Pensaminto" de onde foi transcrito o texto).
Confira dois poemas do livo "Corpo da Terra":
ELES PASSEIAM
Eles passeiam os corpos no vazio
e minha voz refaz vicissitudes
Amei-os como ondas no mar frio
Depois de afogá-los no crepúsculo
trouxe-os lentamente um por um
longos braços e pernas para o estio
Retive em mim os corpos mutilados
Depois os devolvi ao negro rio
Uma canção sem sol fluiu-me à boca
Algum amei além da morte Outro
exatamente o espaço de uma lágrima
Eles passeiam sobre minha alma
enquanto o rio dissolve aos poucos
e uma canção sem sol me sai da boca
SUBLUNAR
A Madalena Freyre
Assim acesa máscara da sombra
eia a pátria do sonho e desalento
tatuada na pele ferro em brasa
a dispersar-se em círculos concêntricos
inundando paisagens dunas haras
arrecifes e atóis céus e silêncios
Quando as ondas engolem o sol e a praia
e os espelhos refletem até o sempre
o lamento final dos afogados
seus olhares sem cor ausente o tempo
ao sabor das correntes fio de espada
do mar que os despedaça suavemente
uma mulher constrói no coração
a estrela interior Dor desalento
transformam-se na luz Alva presença
do Anjo antes da queda em novo temp(l)o
(Pensaminto 10 - segunda fase - página 03. Cataguases - MG)
VEJA O PERFIL DE PENSAMINTO NO ORKUT:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=14595548097970280937