09 outubro 2010

PENSAMINTO 12 - segunda fase



Publicado em março de 2000, a edição número 12 trouxe na capa a artista plástica Nanzita, em desenho feito exclusivamente para PENSAMINTO. Nanzita, nascida em Cataguases, começou a pintar em 1940, estudando com os mestres Ian Zack, Abelardo Zaluar e Frank Schaeffer. Idealizadora e criadora da "Gal Art" (Centro de Arte e Cultura de Cataguases), Nanzita expôs individualmente e em coletivas por todo o país e em várias cidades do Japão.

O que marca, sobretudo, o seu nome na história de Cataguases são os murais pintados por ela nas igrejas da cidade. Baseada no livro "Paixão de Cristosegundo o Cirurgião", de Pierre Barbet, Nanzita retratou a agonia de Cristo sob uma ótica vanguardista, marcadamente pelas cores que levam o público a meditar sobre a própria vida: Nas paredes do Santuário Santa Rita de Cássia, a artista deixou registrado seu estilo em "Via Sacra". Pintou ainda, sob o tema "São Francisco de Assis", mural na Capela da Fazenda do Rochedo, no distrito do Glória de Cataguases. E, na Igreja do Rosario, o mural pintado por Nanzita próximo à pia batismal, retrata os apóstolos numa interpretação bíblica original sobre a "Ressurreição de Cristo o batismo".


UM POETA NO CAMINHO
JOANYR DE OLIVEIRA

DOno de uma poesia de formação clássica, densa, sutil, de linguagem limpa é precisa. Joanyr é um poeta que domina perfeitamente a essência lírica, retratando, a um mesmo tempo, simplicidade, bom gosto extremo e beleza. Quem lê seus poemas, mergulha no mais profundo da alma humana. E sai leve, banhado pela beleza de "cascos que cavam-me os olhos", "casulos de silêncio que recolhem meu rosto", envolvido pelo "ninho: mão sem fadigas a colher a vida". Como disse Marcos Konder Reis: "Sua poesia dá a sensação (rara) e coisa acabada, onde se disse (bem) tudo">

Mineiro de Aimorés, Joanyr passou a residir em Brasília em 1960. Autor de mais de uma dúzia de livro de poesia e participante de coletâneas publicadas no Brasil e exterior, ganhou mais de trinta prêmios literários. Abaixo, dois poemas do seu livro "Pluricanto - trinta anos de poesia".

NO METRÔ DE PARIS
(A Íris Miglio)

A anular o silêncio,
no metrô em Paris,
dez dedos de ouro
destilaram canções.
Sobre as rodas monótonas,
idiomas revezaram-se
na celebração do amor.

Subitamente as cordas
acolitaram estrofe
ledas verde-amarelas
nos lábios suspensos:
eram Tom e Vinícius
como taças no ar...

Um sorriso se impôs
a abarcar todo o Rio
no outro lado do mar.
........................

EPITÁFIO

Os casulos do silêncio
recolhem meu rosto,
meu canto e meu nome.

Entre arcanjos e estrelas,
minha essência navega
o esplendor dos milênios.

Doce é o saber do infinito.

Um comentário:

  1. Escuridão

    Tenho medo da escuridão.
    Nela se esconde o indecifrável,
    O horror que me persegue
    O inominável, a berração.

    Tive medo da escuridão.
    Porque me deixaram sozinho
    À mercê de todo mal
    Desprotegido de qualquer atenção

    Terei eu medo da escuridão
    Quando meu espírito abandonar sua alma
    E os meus sentidos confundirem sua lógica...?


    * Agamenon Troyan

    SKYPE: tarokid18
    MSN: machadocultural@hotmail.com

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09 outubro 2010

PENSAMINTO 12 - segunda fase



Publicado em março de 2000, a edição número 12 trouxe na capa a artista plástica Nanzita, em desenho feito exclusivamente para PENSAMINTO. Nanzita, nascida em Cataguases, começou a pintar em 1940, estudando com os mestres Ian Zack, Abelardo Zaluar e Frank Schaeffer. Idealizadora e criadora da "Gal Art" (Centro de Arte e Cultura de Cataguases), Nanzita expôs individualmente e em coletivas por todo o país e em várias cidades do Japão.

O que marca, sobretudo, o seu nome na história de Cataguases são os murais pintados por ela nas igrejas da cidade. Baseada no livro "Paixão de Cristosegundo o Cirurgião", de Pierre Barbet, Nanzita retratou a agonia de Cristo sob uma ótica vanguardista, marcadamente pelas cores que levam o público a meditar sobre a própria vida: Nas paredes do Santuário Santa Rita de Cássia, a artista deixou registrado seu estilo em "Via Sacra". Pintou ainda, sob o tema "São Francisco de Assis", mural na Capela da Fazenda do Rochedo, no distrito do Glória de Cataguases. E, na Igreja do Rosario, o mural pintado por Nanzita próximo à pia batismal, retrata os apóstolos numa interpretação bíblica original sobre a "Ressurreição de Cristo o batismo".


UM POETA NO CAMINHO
JOANYR DE OLIVEIRA

DOno de uma poesia de formação clássica, densa, sutil, de linguagem limpa é precisa. Joanyr é um poeta que domina perfeitamente a essência lírica, retratando, a um mesmo tempo, simplicidade, bom gosto extremo e beleza. Quem lê seus poemas, mergulha no mais profundo da alma humana. E sai leve, banhado pela beleza de "cascos que cavam-me os olhos", "casulos de silêncio que recolhem meu rosto", envolvido pelo "ninho: mão sem fadigas a colher a vida". Como disse Marcos Konder Reis: "Sua poesia dá a sensação (rara) e coisa acabada, onde se disse (bem) tudo">

Mineiro de Aimorés, Joanyr passou a residir em Brasília em 1960. Autor de mais de uma dúzia de livro de poesia e participante de coletâneas publicadas no Brasil e exterior, ganhou mais de trinta prêmios literários. Abaixo, dois poemas do seu livro "Pluricanto - trinta anos de poesia".

NO METRÔ DE PARIS
(A Íris Miglio)

A anular o silêncio,
no metrô em Paris,
dez dedos de ouro
destilaram canções.
Sobre as rodas monótonas,
idiomas revezaram-se
na celebração do amor.

Subitamente as cordas
acolitaram estrofe
ledas verde-amarelas
nos lábios suspensos:
eram Tom e Vinícius
como taças no ar...

Um sorriso se impôs
a abarcar todo o Rio
no outro lado do mar.
........................

EPITÁFIO

Os casulos do silêncio
recolhem meu rosto,
meu canto e meu nome.

Entre arcanjos e estrelas,
minha essência navega
o esplendor dos milênios.

Doce é o saber do infinito.

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  1. Escuridão

    Tenho medo da escuridão.
    Nela se esconde o indecifrável,
    O horror que me persegue
    O inominável, a berração.

    Tive medo da escuridão.
    Porque me deixaram sozinho
    À mercê de todo mal
    Desprotegido de qualquer atenção

    Terei eu medo da escuridão
    Quando meu espírito abandonar sua alma
    E os meus sentidos confundirem sua lógica...?


    * Agamenon Troyan

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    MSN: machadocultural@hotmail.com

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